(…) Então Alice abriu a porta e olhou para a tela em branco em sua frente. Reparou que o tom da aquarela tinha mais a ver com o que ela escolhia ser, do que qualquer outra coisa. As tintas, os pincéis, e os materiais estavam espalhados por toda parte, o que fez Alice lembrar das tantas telas que já viu nesta vida. Algumas incrivelmente maravilhosas, outras completamente destruídas, borradas, replicas inacabadas. Pensou consigo que tinha uma escolha a fazer, poderia copiar alguma tela já conhecida, ou simplesmente criar a própria obra e aprender com os próprios erros. Iria borrar muito sim, mas aquilo lhe pareceu valer muito mais a magia de estar viva.
A tela em branco denota a nova estação da vida de Alice. A primavera quis ajudar e trouxe flores para inspirar. O pincel em sua mão era o instrumento que definia a cor de cada momento. Cada pincelada é uma ação para mais tarde ser contemplada.
O tempo de fora não é o mesmo de dentro.
Alice era dona da sua sorte e do seu destino. A sua hora é o agora.
E depois de muito pensar, percebeu, que não poderia deixar ninguém traçar aquilo que estava em suas mãos fazer. E quantas vezes não se permitiu escolher. Deixou outros rabiscarem o desenho de uma vida que era só sua.
Mas a vida era boa para Alice, em cada amanhecer ela tinha uma nova tela lhe esperando. Um novo começo. Uma nova estação.E o que ficaria naquela tela… As escolhas de Alice.
Beta Lotti
ela estará perfeita.
Talento, tenho certeza todos nós temos.