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  Tem gente que censura o ódio. Este só parece ser permitido após a separação. O que muita gente não percebe, é que o ódio existe quando existe também o amor, a importância de alguém. Quem não ama, ignora,é indiferente. O oposto do amor não é o ódio, mas a indiferença.


O que falta na verdade é apenas a confissão, que muitas vezes se esconde pelo medo da inconveniência.
O ódio e o amor são sentimentos muito próximos. Eu odeio na mesma proporção que eu amo, e isso só é permito, pelo tamanho de importância que eu dou a quem me provoca tamanha intensidade no mais intimo da minha emoção.

Tem dias que odeio tanto o meu namorado, que se pudesse arrancava seu passado com os dentes, e enterrava junto com as suas lembranças mais recentes dos seus últimos romances. Quero que ele morra, pra renascer só em meus braços. Quero que vá embora e não volte nunca mais, pra me eu correr para os braços e implorar que fique. Quero manda-lo embora e num próximo segundo manda-lo ficar exatamente onde está. Para não morre de amor, eu mato ele na imaginação.

Ele me odeia por me amar demais, por ceder a caprichos, por dizer não e mudar de ideia um segundo depois. Por querer alguém que provoca tanto, com tanta intensidade. O ódio é o tempero do amor.
Não dizer é censurar a sua própria cura. É anular a revanche do amor.

Partilhar o lado escuro da luz de um sentimento é também ser sincero, dar ao outro a chance de nos ver por inteiros. Um amor bonzinho cansa, não remexe as nossas vísceras não nos faz mover músculos. Quem é perfeito não se apaixona, não fica vulnerável ao mexer das suas emoções.

Aquilo que deixamos de demostrar será cobrado com juros mais tarde.
Odiar o outro é também uma das formas mais intensas de se amar. Como diria o grande Veríssimo:

“O amor está mais perto do ódio do que a gente geralmente supõe. São o verso e o reverso da mesma moeda de paixão….”

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