Sempre escolho uma música antes de vir aqui escrever, é quase um ritual. Escrevo ao som de Boyce Avenue – Home. Para quem quiser conferir: http://www.youtube.com/watch?v=FQTifkxs2F0
Por sinal, traduz muito bem este momento. Você já se sentiu como um turista sem saber ao certo onde deveria estar? Eu acredito que sempre estamos no lugar certo, ou ao menos estamos caminhando para chegar. Mas o certo seria o lugar onde estamos ou o lugar que mais pensamos? Ou o lugar que não esperamos encontrar.
Qual será o lugar certo? Quando tudo indica um caminho, seu coração teimoso te mostra o outro lado. Não tão seguro. Curioso, arriscado.
Viajante, turista de um mundo real. Eu moro mesmo é em um mundo de algodão doce – Onde doa-se abraços de graça, onde o carinho verdadeiro é a única ferramenta que funciona para a construção de qualquer coisa.
As coisas mais lindas, mais importantes, mais especiais, ainda são aquelas que ficam na nossa alma. São aquelas que dizemos sem dizer uma única palavra.
Os dias começam a nascer mais frios. Um geladinho me avisa que está na hora de voltar para a casa. De criar raízes. De se aconchegar em um abraço e um café bem quente. Enquanto isso minha alma voa, ainda há calor nessas últimas tardes. Ainda há sorrisos que caem de graça do meu rosto. Ainda há lagrimas que me falam muito mais daquilo que eu ainda não sei entender.
Arquiteturas internas inabaláveis. Arquitetura dos deuses, da vida. Tempo algum derruba as construções mais perfeitas da vida em mim.
E ainda assim, com tanto chão para se percorrer, com tantas cores para se impressionar, com tanta coisa para se aprender, viver, sentir. Minha alma abrigada se sente por vezes sem abrigo. Meu coração amável sente falta de um lugar seguro para pousar. Aonde eu moro, e onde eu fui morar. Quantas vezes é preciso se perder de si mesmo para se achar. Sou turista, estou aqui para visitar. Este corpo, esta mente, esse lugar. Mas como todos neste mundo, busco a mesma coisa – meu lar.