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Ponho Taylor Swift para tocar Love Story enquanto percebo as fotos antigas que eu coloquei no lixo, mas minha  mãe guardou em uma caixinha escondida no fundo de uma gaveta. – Porque você guardou isso? Perguntei.  São horríveis! – Ela sorri com aquele sorriso doce que só ela tem, e me diz: olha bem. É você, é sua história. Ninguém pode apagar isso, nem mesmo você.

Sorri aquele sorrisinho pensando “uhummm” e antes de colocar tudo no lixo again,  olhei para aquelas fotos ainda meio amassadas: Eram as fotos do meu primeiro book para uma agência de modelos, fotos do meu gato Bóris que morreu há anos,  fotos de ex namorados ( Se o Bruno ver isso ele me mata, pensei), fotos de colégio, fotos e mais fotos. Eram muitas!!!

Lá estava uma Beta que eu não lembrava mais: Sem maquiagem nenhuma, só usava o próprio brilho nos olhos pra disfarçar a timidez. Lá estava eu, minhas sardas, o jeito torto com que eu fazia a sobrancelha ( porque ninguém me avisou isso? Hein hein hein) e o pé na cachoeira ( e esse pé mantenho até hoje lá), vestidinhos largos e floridos, boné ( Oi? eu usava boné!!! Sim usava em uma fase Bad Girl mostrando a barriguinha!! hahahaha!!), lá estava eu, meu pai, minha mãe, meus irmãos, os natais mais felizes da minha vida.

Lá estava as indiadas acampando no meio do mato e as pernas com pintinhas vermelhas de picadas de mosquitos, lá estava  o ano em que morei em Gramado e os quilinhos que eu ganhei junto por comer aqueles biscoitos maravilhosos de amendoim, os amigos que eu conheci nas cidades por onde andei, os desfiles, os jogos de baquete ( Quem aí conheceu a Beta jogadora de basquete? Ginasta? Lutadora de Jiu-Jitsu??? hahahaha ). Lá estava a minha bolsa cheia de pedras preciosas e muitos sonhos. E pessoas. Pessoas que o tempo apagou. Pessoas que eu esqueci. Pessoas que eu nem lembrava mais.

Lá estava tudo o que eu fui, e Deus, eu fui muitas. Mas eu fui tão eu, mas tão eu,  que se posso me orgulhar de algo nesta vida foi: ter sido eu mesma. Ter sido a Beta. Essa que você que está lendo e conhece, mas que é diferente pra cada um que me lê. Pois cada um me sente e me vê de um jeito diferente… E conhece algo só seu sobre mim. E eu, eu tenho me visto em todas as cores que eu posso ser. Em todos os ângulos que eu posso ter. E neste instante imagino qual Beta você lembra de mim! Espero que a melhor, claro! 😉

Olhar fotografias faz a gente se olhar de novo. Me olhei com olhos de adulta. E pensei, porque rasgar eu mesma?  Eu amei amar tudo o que eu amei, eu amei e vivi cada dia de forma tão, mas tão intensa que essas fotos todas me motivaram a escrever novamente.

Eu amei os amigos todos que a vida me deu, eu amei os amores todos que eu amei, eu sorri profundamente todos os sorrisos, eu chorei fortemente todas as dores… Eu vivi emoções tão extraordinárias que eu teria histórias pra contar até o fim dos meus dias e ainda sim seria pouco. E se existe alguém realmente intenso neste mundo, realmente feliz neste mundo, esse alguém sou eu.

Tem uma música que diz que é bom olhar pra trás e admirar a vida que soubemos fazer! Por isso quero dizer pra você guardar suas fotos e suas lembranças, caso não tenha uma super mãe como a minha que faz isso sem a gente saber, hahahaha!!!

Guarde aquelas fotos que você se acha feio, aquela outra do primeiro namoradinho da infância, da melhor amiga, aquela que você não desgrudava… Guarde um pedaço de você, das pessoas que você conheceu… não viva de passado, mas nunca esqueça sua verdadeira essência. De onde você veio, quem foram as pessoas que marcaram a sua história.

Se você for parar pra pensar é tudo que temos pra uma velhice feliz: nossas lembranças.  Não temos como prever absolutamente nada, a previsão em relação ao tempo é que ele está passando, cada vez mais rápido… Por isso não deixe passar tudo aquilo que foi maravilhoso em sua vida. Eventualmente remexa naquelas gavetas e se lembre de quem você era e compare com quem você é, a boa disso tudo  é que você pode achar partes importantes da sua vida que estavam lá esquecidas… e pode achar algo ainda mais precioso: você mesmo! Sua essência.

Beijinhos, meus amores!

Beta Lotti

 

 

 

 

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