Enfim a sós. Eu e o quarto, sem suspense. Quanto tempo, e já fazia algum tempo que não ficávamos tão sós. Alguém me leu, alguém me traduziu, e eu que imaginei há tanto tempo que isso nunca havia acontecido, mas alguém deu sinal deu vida, e disse, vai adiante. Obrigado! Obrigado! Que felicidade, que alegria, me sinto com vontade de escrever, e as circunstâncias me parecem adequadas, afinal me encontro comigo mesma. Oi Beta, quanto tempo hein guria, nossa, senti saudade de você. Eu também, senti falta de mim. Senti falta do meu riso, senti falta da minha própria vontade. Parece que sempre falta alguma coisa para sermos felizes, parece que nunca estamos completos, justificamos os erros dos outros sem perceber que o erro é nosso. Procuramos tanto fazer com que nos amem, mas nós esquecemos de que a primeira pessoa que merece esse amor é nós mesmos. Ame-se. Aprecie-se. É difícil, eu sei, queremos ser aceitos no trabalho entre colegas, na faculdade, queremos o amor da pessoa amada, a admiração das pessoas a nossa volta, o orgulho da nossa família, enfim, queremos, e esquecemos que não precisamos agradar ninguém além de nós mesmos. Eu sinto falta de tantas coisas na minha vida, coisas que talvez eu reencontre perdidas em algum lugar dentro de mim, então busco as coisas novas que vibram e insistem em me chamar. Cansei de tudo aquilo que me fere. Percebi que no momento em que eu decidir eu posso expulsar o que eu quiser da minha vida, e posso escrever diferente a hora que eu bem quiser, pintar com outra cor, cantar em outro tom, cansei de mendigar afeto. Cansei de dar importância a quem não tem. Cansei , cansei, cansei. Quero tudo, quero o mundo, e quero tudo o que eu mereço, e quero tudo o que está guardado pra mim. Ah querido quarto, se você falasse. Ah o banheiro, o chuveiro, o Box, quantas vezes me deitem em lágrimas nele, quantas canções e propagandas de shampoo ele me viu soar, tantas de mim em uma só, eu. Não quero uma vida boemia, eu nunca apreciei isso, e pra mim, a noite é coisa de gente triste que procura um cobertor de orelha ou alguma proteção, ou alguma diversão? Me divirto dançando e enchendo a cara, mais dançando, mas prefiro rir acompanhada. Pessoas que me fazem rir de um lugar especial na minha vida. Adoro. Eu gosto de fazer nada, e não gosto de gente muito séria, porque quando você fica muito sério a vida passa sem graça, eu gosto de conversar, mas não conversas chatas, odeio, me estressa e muito. Eu gosto é de cinema, música, poesia, e gosto de trova, mistério, climas no ar, eu gosto é de um suspense, e de ser surpreendida, que mulher não gosta? Eu prefiro dirigir a minha vida, do que simplesmente assistir sentada. Eu ganho, eu perco, eu choro, me rasgo, morro de ciume, nasço de amor novamente, mato o Cristian dentro de mim, amo ele, odeio ele, tudo e nada. Eu vivo. Até quando eu não sei, mas eu gosto mesmo é de me sentir livre pra mudar a trilha sonora, pra mudar a trilha, o rumo, a cor, o tapete, pra mudar o cabelo, pra mudar, pq a vida não tem graça se ela passa assim… sem esse turbilhão de sentimentos que eu adoro. Ser feliz é uma arte. E eu sou pintora!
Ps: Muito thanks ” livro dos dias”
Carinhosamente me fez contente!
É muito bom quando alguém nos agredece por uma atitude nossa! Não esperava por essa postagem… Ficou ótima! Valeu…
Vou colocar a qui o meu perfil,pra você ler:
O Livro dos Dias, sim. De olhos fechados, percebo que guardo um livro no meu corpo; um livro de quem quer aprender a cuidar, a ser terno, a amar a humanidade e os dias. Mesmo que haja muitas pessoas que não simpatizam comigo, vou me ater naquelas que estão próximas de mim. Vou olhá-las e ser sagrado para elas.
Cuidá-las (caso eu não consiga por atitude, será por pensamentos. E também é uma atitude: pensar; não é mesmo?).
Quando eu cruzava a Rua 47, uma luz se acendia. E chorei de morna tristeza por essa lembrança. Um dia eu acendi as luzes… um dia! E esse dia há de voltar! Perdemos coisas no caminho, ganhamos outras, mas o importante é ter a ciência de quem podemos ser e aonde podemos chegar. E eu sei! Posso tocar o sagrado; o que é divino, belo e a própria presença de Deus.
Somos quem podemos ser? Nem sempre. Podemos ser tantas coisas, podemos ser santos, e não o somos… somos humanos! O que é gostoso – viver e sentir como humano.
Já que o segredo dá a força que fomenta o homem à vida, também eu o tenho. Esse meu segredo é tão simples quanto contemplar uma árvore verde e grande. Esse segredo não passa da minha necessidade de sentir. Simplesmente sentir. E àquele que me achar piegas: vá embora, mesmo que isso me doa como um parto… Agora, acendo a luz; ascendo à luz… Vôo e sinto-me completo.
Eu sinto o mundo como uma responsabilidade minha. Sinto que preciso ser luz. Iluminar. Quero lutar pelos dias, espalhar as seis Palavras-Chaves: Amor, Compreensão, Afeto, Respeito, Compaixão e Generosidade.
Preciso derramar a cascata cristalina sobre os cabelos de cada um. Precisamos, todos, viver. As Palavras-Chaves podem nos guiar. Preciso sair para a vida – para a luta em nome da paz, do amor, da justiça.
E, depois, de tanta luta e de tantos banhos de cascatas e cachoeiras, eu possa cantar como a Elis: “Eu quero uma casa no campo, onde eu possa ficar do tamanho da paz. Eu quero o silêncio das línguas cansadas. Eu quero a esperança de óculos e meu filho de Buda legal. Eu quero plantar e colher, com a mão, a pimenta e o sal… Eu quero uma casa no campo, onde eu possa plantar meus amigos, meus discos e livros e nada mais.”.
Esse texto vai ser a introdução do meu livro, quando eu escrevê-lo…
Um mega abraço… é bacana ter a liberdade de escrever… até mais… te cuida!