
Não. Eu não fui feita pra se entender. Eu fui feita pra se amar. Meus períodos no sabático casulo, meus períodos de silêncio, são só o preparo para a metamorfose. É um silêncio que precisa de som… E uma ausência que precisa de presença. É a falta de resposta que se questiona o tempo todo. É o grande voo sem a certeza do porto seguro. É o maldito medo de cair. É o medo dessa altura toda pra onde se foi, e ao som da minha voz não quer voltar, longe demais da minha razão. Tenho medo do inseguro. Eu já conheço quase todos os becos sem saída que existem em mim… E já sei o que vem depois, já sei do que sou capaz de me doar… Já sei do quanto sou capaz de me dar. Já sei que cedo ou tarde… Amar. Tenho medo de voar, sem a certeza que alguém estará ali, caso eu cair. Eu já conheço o céu e o chão que existe em mim… Não preciso que me façam voar, porque voar eu sei sozinha… Mas preciso da certeza da mão ali pra segurar. Da palavra pra confiar. Do sonho pra alimentar. Do amor de verdade pra poder se amar.