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A tua alma me convidou para tomar um chá, e foi assim que eu resolvi ficar.
E foi assim que resolvi olhar os pontinhos castanhos – claros se misturando aos escuros-, no seus olhos com cílios invejáveis. O meu plano era fugir para sempre. Meu plano era abandonar meus planos, e fugir pra qualquer lugar onde eu pudesse ser só eu, eu sem você. 
Mas meu relógio enlouqueceu, meu tempo parou… Você me olhou. Me olhou com olhos de quem estaria disposto a me aguentar todos os dias da sua vida. Me olhou com paciência, pedindo pra eu deixar as minhas sardas onde elas estão. Porque cada sarda minha é sagrada… Elas são beijos de anjos. 
Me olhou com olhos de quem está disposto a mergulhar fundo no meu mar de paixões, sem a certeza de haver um resgate. 
E foi assim que a tua alma pediu pra minha um pouco mais de alma, um pouco mais de calma… E foi assim que eu percebi… Andei no passado esse tempo todo, enquanto você estava no meu presente esperando por mim. Você me achou sempre que eu me perdi.
Você esteve ali pra me levantar todas as vezes que eu cai. E entendeu a minha loucura, a minha fissura por um mundo melhor. E me amou da ponta do pé até a última sarda…

As minhas sardas são tuas… deixarei na moldura de um rosto que só você sabe colorir!







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