Saudade, não daquilo que está longe, mas de tudo aquilo que está dentro. Tenho saudade de algumas pessoas que o tempo levou. Que a distância afastou. Pessoas que se foram em vida, pessoas que se foram pela morte. Tenho vontade de ser incrivelmente brega ou clichê, e escrever uma carta para cada que está longe do meu toque, do meu abraço, do meu carinho, do meu ninho em momentos que eu sei ser porto seguro, da troca de palavras, da troca de olhares, do contato real. Levamos pessoas no pensamento e no coração, no abstrato da imaginação, lembramos de momentos que nos foram raros. Lembramos do que foi bom. Lembramos do inesquecível. Quase nostalgia, lembranças que me colocam sorriso no rosto… E fazem a gente perceber que tudo valeu a pena.
Eu queria poder contar da minha vida, saber da vida das pessoas que se foram. Eu queria falar de sonhos, falar de bobagens… Queria apenas olhar, tocar com as mãos e sentir o calor da vida pulsando nesses corações que fizeram muito por mim, até mesmo quando erraram. Então deixo as minhas palavras, desses dedos que tocam neste teclado a mando do coração. Um mundo virtual, onde palavras ainda assim não podem traduzir o quão eu queria vos falar do que eu tenho sentido aqui dentro. Queria dizer que estou bem. Que cumpri todas as promessas. Que arrumei a bagunça. Que tenho estado muito mais em mim que nos outros, que aprendi, que aprendi e aprendi… e continuo aprendendo. E que descobri a tal felicidade, e que mesmo sozinha, me sinto feliz, pois de verdade jamais estarei só. Que mesmo com tal distância, seja física ou de mundos, no meu mundo mais bonito, a lembrança de todos vocês que pintaram arco-íris no meu céu, está viva.