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De repente um casulo se formou. É o silêncio que se faz necessário aqui dentro.

Esse caminho me convida, mas meu coração recusa o convite. Meu corpo recusa a dança. Meu olhar já não é o mesmo. Meus pés querem os próprios passos. Meu rosto quer aquele sorriso de antes, aquele, pelas coisas boas da vida. Meu coração ainda é um adolescente rebelde que faz suas próprias regras, sonha acordado, viaja e vai ao encontro de emoções que me acordam. Me quero de volta. Me quero inteira. Me quero minha. Me quero como sempre fui. Mas acima de tudo, me quero feliz. Me quero cheia de alegria e sonhos infantis. 
As emoções engaioladas me observam. Porque me tranquei quando tudo que eu mais queria era a liberdade. Ganhei e perdi. Me tornei e me esqueci.
Quero apenas caber em um abraço confiável de alguém que não vá me apunhalar pelas costas enquanto fecho os olhos para acreditar. 
Esses grandes planos não me atraem. Essas palavras não me adentram o peito. Não tocam a minha alma. Observa, minha alma implora um pouco mais de alma. 
Convivi demais com a razão, a emoção enferrujou aqui dentro. A emoção perdeu neste jogo por ser uma menina boba que não vê maldade em nada. A razão sentou-se no trono da vida, e como um severo rei, fez suas regras.  Tanta razão pra que? O que é que a gente ganha tendo razão? Roubaram minhas asas… Sou uma borboleta sem asa presa no casulo, esperando o momento do grande voo.
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