Fazendo uma limpa no e-mail que eu não usava há quase um ano, acabei lendo quem eu era. Acabei lendo aquilo tudo que eu deixei lá atrás. Acabei lendo o que eu já tinha esquecido…
Deu um nó na garganta. Um nó. Um nó que doeu, mas apertou para segurar a lágrima.
Há quase um ano eu me deixei lá atrás. Me deixei junto das cartinhas, do romantismo exagerado que queria agradar o outro o tempo todo. Nos recadinhos dentro de lugares que só o tempo iria revelar. Dos presentinhos pensados, inventados com um amor que invadia a minha alma. Fiquei lá junto da música que eu cantava de bom dia. Deixei lá, junto das poesias, dos e-mails longos, das músicas com traduções, dos vídeos, do doce, dos lugares mágicos, do meu mundo tão cor de rosa.
Eu segui em frente e deixe um pedaço meu lá trás. Eu segui sem mim. Era bonito de ver, a menina apaixonada que morava em mim. A menina que sonhava, que descrevia as entrelinhas de cada sonho. E se eu pudesse eu voltava correndo lá e me abraçaria bem forte, e diria no meu ouvindo, poe tudo isso na bolsa, menina… Um dia você vai precisar.
Mas eu sempre avoada, deixei pra atrás, achei que era inutil carregar tanta coisa comigo.
Eu, por ter morrido de amor, achei que amar não fazia mais sentido.
Sinto falta daquela menina. Daquela menina que morava em mim.